Definitivamente não é de hoje que esquemas de fraudes financeiras estampam as capas e páginas de jornais. Acontece que, nos últimos anos, uma categoria em específico vem sendo alvo preferido de muitos golpistas: as criptomoedas. Sendo assim, você precisa conhecer o recente escândalo da Rental Coins & Francis.

Antes de falar sobre o caso Rental Coins & Francis, é importante que você entenda o que são as criptomoedas. Estamos falando de um tipo de dinheiro que se diferencia dos demais por ser totalmente digital e descentralizado, ou seja, que não pode ser emitido ou controlado por nenhum governo.

O valor das criptomoedas varia bastante, sendo geralmente atribuído à própria especulação financeira. Além disso, elas são geradas em um processo de mineração e a sua transição ocorre por meio da própria internet, em um sistema completamente criptografado que permite a transferência segura de A para B.

No entanto, ao contrário do que muitos acreditam, não existe somente uma criptomoeda. A grande maioria das pessoas conhecem somente o Bitcoin, mas o fato é que muitos outros “coins” já entraram nessa jogada. E é a partir deste mercado das moedas digitais que se desenrolou o caso Rental Coins & Francis.

O que é o caso Rental Coins & Francis?

O caso Rental Coins & Francis ganhou popularidade nos últimos meses entre os veículos de imprensa. Ele envolve a empresa Rental Coins, uma exchange de criptoativos que oferece um “ambiente seguro” para a troca de criptomoedas, a qual tem como sócio-administrador Francisley da Silva Valdevino, mais conhecido como Francis Silva.

A empresa trabalha com a locação de criptoativos, em que as pessoas investem um valor em busca de uma grande rentabilidade mensal. No entanto, em fevereiro de 2022, a página da Rental Coins no Reclame Aqui começou a receber uma enxurrada de reclamações de clientes, os quais afirmavam que não estavam recebendo o pagamento dos valores acordados.

O caso foi crescendo até o momento que chegou na imprensa. Em março deste ano, a Record exibiu uma matéria com a denúncia de uma mulher que afirmou ter juntado todas as suas economias para investir na locação com a empresa. No entanto, os valores acabaram não sendo retornados para a sua carteira.

Em um primeiro momento, quanto às reclamações no Reclame Aqui, a Rental Coins se manifestou de forma completamente genérica. A empresa respondeu os clientes afirmando saber o quão desconfortável era a situação e pedindo desculpas, garantindo que iriam trabalhar para “resolver a pendência o mais rápido possível”.

Francis Silva se manifesta e caso vai para o Ministério Público

Em uma certa altura, o caso Rental Coisa & Francis gerou uma manifestação por parte do sócio-administrativo da empresa. Silva reconheceu o atraso dos repasses para os clientes e afirmou que isso é resultado de uma reestruturação pela qual a empresa vem passando desde outubro de 2021.

“Devido a essa reestruturação, tivemos alguns problemas com alguns saques em alguns meses, mas isso tudo já está sendo resolvido, já está sendo colocado em dia”, declarou Francis. Pouco tempo depois, a Polícia Civil e o Ministério Público do Paraná iniciaram investigações para apurar possíveis irregularidades na atuação da empresa.

Paralelo às investigações, diversos processos estão sendo movidos por parte dos clientes contra a Rental Coins de Francis Silva. Mas a dúvida é: o que chamou a atenção dos consumidores?

Caso Rental Coins & Francis é suspeito de ser pirâmide

O principal gatilho mental, que atraiu os consumidores para a empresa, no caso Rental Coins & Francis, é a promessa de lucros altos e rápido sem precisar fazer nada por isso. De acordo com o que foi apresentado pela Record, a entidade chegava a oferecer lucros de até 13% ao mês com base em planos de investimentos.

Para se ter uma ideia, os lucros anuais de determinados valores na poupança costumam girar em torno de 7%. Em investimentos privados, podem variar para um pouco mais. Mas tudo isso levando em consideração o rendimento acumulado ao longo de todo um ano – e não por mês, como prometia a Rental.

A ideia de uma rentabilidade mensal de 7% em um investimento simples costuma ser utilizada para atrair mais e mais pessoas. De acordo com especialistas, os que normalmente caem nesse esquema são aqueles que não possuem uma grande noção financeira, sem conhecimento do funcionamento do mercado.

Sendo assim, quando mais e mais pessoas entram no esquema investindo altos valores, maior a chance dos que chegaram primeiro nesse investimento poderem receber seus “rendimentos”. No entanto, quando param de chegar novos clientes, os valores deixam de ser pagos – como aconteceu com a Rental.

Essas são características de um esquema de pirâmide. Em resumo, o esquema funciona com base no investimento coletivo, sendo que as últimas pessoas a investir acabam “abastecendo” aquelas que chegaram primeiro. Acontece que nem sempre haverá novos clientes, e é aí que todo o modus operandi acaba colapsando.

Por que as criptomoedas são alvos de tantos golpes?

O caso Rental Coins & Francis é somente um dos milhares de casos suspeitos envolvendo criptomoedas e fraudes financeiras. Nessa ocorrência em específico, as investigações ainda não foram concluídas e seguem em andamento, mas as características são as mesmas de outros tantos que já consumados como operações fraudulentas.

Isso nos leva a uma pergunta bastante comum: por que as criptomoedas são alvos de tantos golpes? Em suma, a resposta para esse questionamento é bastante básica: porque se trata de um assunto ainda desconhecido pela grande maioria das pessoas, mas que possui uma aura quase que mística, tecnológica.

Falar que a Poupança vai fazer com que o seu dinheiro renda 7% ao mês muito provavelmente não iria convencer ninguém. No entanto, as criptomoedas funcionam muito com base na especulação financeira e o seu real valor acaba variando muito, assim como o modo de funcionamento das transações.

Dessa forma, as pessoas tendem a acreditar mais que é possível conquistar rendimentos tão altos – por se tratar de alvo relativamente novo e pouco conhecido. Para entender melhor, basta olhar as avaliações da empresa no Reclame Aqui, onde a maioria dos comentários envolvem descumprimento de acordo e falta de comprometimento.