O crescente número de golpes financeiros envolvendo empresas de investimento é um problema cada vez mais presente na sociedade. Embora as autoridades estejam cada vez mais atentas a esse tipo de atividade criminosa, o número de medidas policiais ainda é insuficiente diante do aumento de casos registrados. Isso acaba criando uma sensação de impunidade nos golpistas e contribuindo para a continuidade dessas atividades fraudulentas.

Os golpes financeiros são um problema sério, que afetam não apenas as vítimas diretas, mas também a economia como um todo. Muitas pessoas acabam perdendo suas economias em ações que parecem promissoras, mas que no final se mostram fraudulentas. 

É importante que as autoridades redobrem seus esforços para combater esse tipo de crime e garantir a segurança financeira das pessoas. Além disso, é fundamental que os investidores sejam cada vez mais cuidadosos e se informem adequadamente antes de investir em qualquer produto financeiro.

Golpes financeiros em empresas de investimento: desafios e limitações

Um aspecto que chama a atenção é que, embora esse tipo de golpe tenha crescido exponencialmente nos últimos anos, o número de operações com medidas assecuratórias patrimoniais e pessoais efetuadas pela polícia federal e polícias estaduais é muito inferior. 

Isso porque o número de operações não ultrapassou a marca de 60, entre os anos de 2018 e 2022, o que gera um sentimento de impunidade nos golpistas, incentivando a continuidade dessas atividades fraudulentas. Essa discrepância pode estar relacionada a diversos fatores, como a falta de recursos e a complexidade das investigações.

O aumento no número de medidas policiais assecuratórias contra empresas de investimentos fraudulentas em 2022, em comparação com a soma dos anos anteriores, pode indicar uma maior atenção das autoridades a esse tipo de crime e um esforço para combater a atuação dessas empresas no país. 

No entanto, é importante lembrar que ainda há muito a ser feito para coibir essas atividades fraudulentas e que é fundamental que as autoridades continuem trabalhando de forma efetiva nessa direção.

Deve-se ressaltar que esse tipo de medida não garante a recuperação integral dos valores investidos, mas, sim, o início de um processo que pode levar à responsabilização dos criminosos e à devolução dos valores para as vítimas.

O que mais atraiu as vítimas de golpes financeiros em empresas de investimento?

Em 2020, o Centro de Estudos Comportamentais e Pesquisas – CECOP – da Comissão de Valores Mobiliários, efetuou uma pesquisa para compreender um pouco mais a respeito da relação entre as fraudes financeiras, como esquema de pirâmide e Ponzi, e o perfil das vítimas. 

Os resultados foram obtidos a partir de um questionário online, feito por meio da plataforma Survey Monkey, enviado para uma base de reclamantes da CVM.

Ao serem questionados sobre o que mais atraiu os entrevistados a fazerem parte do suposto investimento, quase 40% mencionou que a aparência do site passava profissionalismo e confiança. O bom atendimento por parte dos profissionais da empresa também foi citado por cerca de 35%.

Além disso, outros fatores que as vítimas comentaram, a respeito da credibilidade da companhia, foram a sede física da empresa e a parceria, ou suposta parceria, com marcas sólidas e com celebridades, para divulgar os serviços.

No entanto, é importante destacar que a parceria, por vezes, podia existir para divulgação apenas no site da empresa envolvida no golpe financeiro, conforme o relato de um dos entrevistados. 

Os golpes financeiros funcionavam de modo semelhante

Um aspecto que chama a atenção é que os golpes financeiros das empresas de investimento tinham um funcionamento semelhante. De modo geral, os investidores conseguiram pequenos ganhos no início, sendo permitido até mesmo que fizessem saques.

Contudo, após algum tempo, esse procedimento começava a apresentar problemas, como, por exemplo, o bloqueio dos saques. Normalmente, a justificativa da empresa era que se tratava de problemas técnicos, realocação de fundos, troca de sistema ou outros.

Os entrevistados relatam os sentimentos de frustração e de raiva em decorrência dos golpes financeiros. Eles mencionam, ainda, que terem passado por esse problema serviu como um alerta para sempre checarem a regulamentação e a legalidade da empresa antes de investirem novamente.

As vítimas denunciam os golpes financeiros?

A pesquisa divulgada pela CVM revelou que a maioria das vítimas não efetuaram denúncias quando perceberam que se tratava de uma fraude. Segundo os resultados, aproximadamente 46% formalizaram a reclamação ou a denúncia. 

Das vítimas que denunciaram, a maioria recorreu ao CVM, mas outras opções também foram consideradas, como a denúncia para a própria empresa fraudulenta, a busca por um advogado particular e a reclamação em sites oficiais de denúncia.  

Dentre as justificativas apresentadas pelas vítimas que não formalizaram denúncias, estão o medo de ser considerado cúmplice, no caso dos investimentos por indicação, a vergonha, o desinteresse no processo e a falta de conhecimento sobre para quem fazer a denúncia.

Neste sentido, torna-se nítida a necessidade de levantar questões e divulgar informações a respeito dos golpes financeiros em empresas de investimento, posto que a falta de conhecimento pode prejudicar ainda mais as vítimas, que não sabem o que fazer após terem sofrido um golpe.

Em nossa próxima publicação no blog do CVD Advogados, trataremos do combate às fraudes financeiras. Afinal, como a importância, os resultados e os investimentos estão relacionados com esse combate? Não deixe de conferir. 

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