- (13) 3349-5029
- Seg - Sex: 9:00 - 18:00
Precisa de ajuda? Não hesite em nos contatar.
Precisa de ajuda? Não hesite em nos contatar.
Francisley Valdevino da Silva, conhecido popularmente como “Sheik dos Bitcoins”, foi preso preventivamente na manhã da última quinta-feira (3), em Curitiba (PR). Francisley já vinha sendo investigado por envolvimento em fraudes bilionárias com criptomoedas. Entre as vítimas que denunciaram o empresário estão a modelo Sasha Meneghel e o marido João Figueiredo. Juntos, o casal teria perdido cerca de R$ 1,2 milhão em transações feitas pelo suspeito.
De acordo com a Polícia Federal, que realizou a prisão, o “Sheik” foi detido por descumprir uma decisão judicial expedida em Outubro que o proibia de continuar à frente de suas empresas ou de participar de decisões de gestão das companhias.
A proibição foi emitida após a Operação Poyais, realizada no mês passado pela 23ª Vara Federal de Curitiba. Por sua vez, a ação apurou a prática de crimes “de estelionato, de lavagem de capitais e de organização criminosa”. Mas investigações apontaram que, dias depois, Francisley passou a fazer reuniões frequentes com funcionários de suas empresas em sua casa na capital paranaense.
A decisão da Justiça previa que, caso Francisley descumprisse as chamadas “medidas cautelares” durante a investigação, ele receberia ordem de prisão. Em nota, a Polícia Federal afirma que os encontros do suspeito com o designer gráfico de suas empresas “demonstraram que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”.
Além de promover fraudes no Brasil e no exterior com sua própria empresa, o Sheik e seus funcionários planejavam e vendiam sistemas virtuais para quem estivesse interessado em praticar crimes semelhantes.
Uma outra operação realizada pela Polícia Federal, apelidada de “Bad Bots”, prendeu duas pessoas responsáveis por “crimes contra o sistema financeiro” a partir de venda de criptomoedas que teriam usado um sistema criado e mantido por Francisley.
Entenda o caso
Em síntese, o tal “Sheik dos Bitcoins” construiu um grupo empresarial transnacional composto por cerca de 100 empresas no Brasil e no exterior. As principais empresas são:
Em algumas, sua mãe aparece como sócia. Em suas ações de comunicação, o conglomerado se identifica como “grupo Interag”.
De acordo com investigações da Polícia Federal, o golpe envolvia oferecer altos retornos sobre supostos investimentos em negociação de criptomoedas que nunca existiram, assim como sobre o aluguel de criptos que, na realidade, não tinham valor algum.
Levantamentos feitos nos tribunais de Justiça apontam que os valores somados das ações chegam a R$ 100 milhões. No entanto, como alguns casos estão em segredo de Justiça, e há processos em outros estados, o montante pode ser ainda maior.
Todo esse embaraço chamou a atenção das autoridades. Assim, no dia 6 de Outubro, a Polícia Federal cumpriu 20 mandados de busca e apreensão do acusado. De acordo com a corporação, o esquema teria movimentado mais de R$ 4 bilhões desde 2016, com recursos inclusive enviados para fora do Brasil.
Atuação de Jorge Calazans no caso
Jorge Calazans, sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, representa uma parcela dos clientes lesados em nome do Instituto de Proteção e Gestão do Empreendedorismo (IPGE).
Na primeira quinzena de Outubro, o advogado que representa um grupo com uma centena de investidores lesados nas fraudes cometidas por Francisley Silva fez um pedido na Justiça do Paraná (PR). É solicitado, por meio do pedido, o levantamento e acesso a bens apreendidos pela Polícia Federal em imóveis, empresas e até uma aeronave ligados ao suspeito, de modo que os valores desse patrimônio sirvam para o ressarcimento das vítimas.
Calazans destaca que a prisão cautelar não representa uma antecipação da pena nem mesmo o efeito de um julgamento que possa garantir o ressarcimento das vítimas. “Para análise e comprovação dessa culpabilidade e posterior ressarcimento ainda se faz necessário aguardar a conclusão do devido processo legal”, disse o advogado.
Jorge ainda torce para que a prisão, de fato, possa diminuir o sentimento de impunidade gerado nas vítimas. “Em que pese a prisão preventiva de Francisley Valdevino , o Sheik dos Bitcoins, diminua nas suas vítimas o sentimento de impunidade”, destaca.
E, por fim, frisa que “a medida visa única e exclusivamente tutelar o processo, impedindo que o mesmo atrapalhe o seu andamento, já que descumpriu as medidas acordadas”.
A ação movida contra Francisley
O Instituto de Proteção e Gestão do Empreendedorismo (IPGE), em nome dos clientes lesados por Francisley Valdevino da Silva, pediu à Justiça do Paraná o confisco do jato de prefixo PP-BST para o ressarcimento das dívidas. Na petição, anexada à ação civil pública que corre na 24ª Vara Cível de Curitiba, capital paranaense, os advogados informaram que a aeronave pertence à ITX Administradora de Bens Ltda, de Francisley, mas está sendo operada pela WS Shows Ltda, do cantor brasileiro Wesley Safadão.
A defesa de Safadão, no entanto, alega que ele recebeu o avião do Sheik como forma de ressarcimento, pois ele também ficou com prejuízo, em valores ainda mais altos do que os de Sasha Meneghel, que também é uma das famosas lesadas, devido às operações em criptomoedas. Francisley havia adquirido o Cessna Aircraft, que em 2021 já tinha pertencido ao artista, por R$ 37 milhões.
Os advogados Mayra Vieira Dias e Jorge Calazans, que moveram o pedido, alegam que a aeronave ficou fora da lista de bens apreendidos pela Polícia Federal (PF) no dia 6 de Outubro, durante a Operação Poyais. Um levantamento feito pela equipe levou ao nome do cantor Wesley Safadão. Ademais, um documento foi juntado à ação apontando que Wesley Oliveira da Silva era quem operava o avião atualmente. Além disso, ele figurava como “interveniente anuente” – isto e, uma terceira pessoa que intervém em um contrato para tomar ciência dele e consentir com seus termos – na ocasião em que Francisley comprou o jato da empresa nomeada por Maravilhas da Terra Produtos Naturais. É que o cantor era o dono anterior e havia vendido a aeronave para a empresa, que a comprou em 19 parcelas. Sendo assim, a ideia era que Francisley pagasse parte do valor da aeronave à Maravilhas da Terra e outra parte ao cantor Wesley Safadão. Quando os golpes atribuídos ao Sheik vieram à tona, a negociação teria sido interrompida e o cantor, por sua vez, exibiu o bem de volta.
Operação Poyas
Em suma, a Operação Poyais da Polícia Federal, entre outros objetivos, buscou apreender a maior quantidade de bens possível para a futura indenização dos clientes de Francisley. Por meio dela, os agentes da corporação recolheram bens como barras de ouro, jóias, carros, relógios de luxo e até mesmo dinheiro em espécie. O Sheik, por outro lado, apelido que ganhou dos companheiros pela vida de luxo que ostentava, é investigado por um golpe estimado em nada menos do que R$ 1 bilhão, arrecadado por um esquema de pirâmide que se disfarçava como aluguel de bitcoins. Por fim, para atrair novos clientes, o Sheik chegava a oferecer juros mensais pelo aluguel de até 13,5% de criptomoedas. “Não é possível locar cripto ativos e garantir retorno fixo, como era prometido, devido à alta volatilidade da criptomoeda. Ou seja, há um contrato similar ao de investimentos, mascarado de contrato de locação, ainda que a empresa negue sua existência, com único intuito de burlar as normas e fiscalização da CVM”, diz a ação movida.
Reconhecido como uma das principais autoridades em fraude financeira no Brasil, Jorge Calazans e o escritório Calazans e Vieira Dias Advogados se destacam por sua defesa intransigente dos direitos dos investidores e na recuperação de ativos em casos complexos de fraudes, incluindo pirâmides financeiras e esquemas Ponzi.
Caso necessite de algum esclarecimento, ou conhecimento a respeito de algum caso que atuamos. Entre em contato conosco.